Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
PAES, José Paulo. Quem, eu? São Paulo: Atual,
1996.
BOLHAS
Olha a bolha d’água
No galho!
Olha o orvalho!
Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!
Olha a bolha na mão
que trabalha!
Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha.
Olha a bolha!
Olha a bolha
que molha
a mão do menino:
A bolha da chuva na calha!
MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1983.
Brincando com palavras...
ResponderExcluirO texto nos faz refletir, o quanto é importante a leitura ser lúdica para despertar a afetividade por ela desde a infância. E nos mostra que a poesia é uma fonte riquíssima para essa iniciação, pois potencializa a imaginação. Sendo assim, podemos considerar essa “porta de entrada” no mundo da leitura uma maneira muito gostosa e prazerosa para as crianças, onde muitos encaram como uma brincadeira.